terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Você está chegando?

Está tudo parado como se o tempo tivesse sido congelado, a realidade paralisada e toda sua vida solidificada, essa é a grande espera de alguém que você não tem certeza se volta, mas você tenta acreditar com todas suas forças que ela volte. Mas essas dúvidas...
Há inúmeras chances de você continuar sozinho, sendo o mesmo adolescentesinho solitário, o mesmo louco depressivo. As inseguranças te corroem da ponta dos cabelos até seu frágil coração, poupando um pedaço de fé e sua intacta bomba de sangue. Até seu raciocínio e sua lógica foram dilaceradas pela dolência que essa ausência deixa para trás.
E você apenas tenta se convencer de que o socorro chegará a tempo.
A espera está tão dolorosa, aparentemente interminável, e eu como qualquer outro... Sento e espero a chegada de alguém, a chegada de uma fantasia, alguém que partiu e que provavelmente não voltará.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Nosso minúsculo detalhe

Como é bom fugir por algumas horas do mundo real, fugir da violência, da falsidade, das conspirações. E entrar em um mundo em que tudo fica leve, volúvel e nada muito nítido, sentir graça de qualquer coisa, sorrir sem parar, questionar sobre teorias já feitas, e criar teorias sobre tudo, sentir um pequeno toque na sua pele, ouvir um mínimo som, saborear uma partícula de alguma coisa em sua boca que até então era insignificante. As luzes ficam tão nítidas, ficam tão chamativas, vemos os mínimos detalhes e percebemos que são eles que nos constrói.
Como é bom caminhar sem parar, sem um destino, e não cansar. Tudo fica tão perfeito nessa caminhada, a vontade de parar de repente foi extinta por você mesmo.
Como é bom sentir o sangue correndo em suas veias, levando cada substância para todos os lugares. Sentir cada célula trabalhando em seu corpo, sentir seu coração batendo,  um zumbido em seu ouvido, e tudo tão agradável... Tudo em sua volta, tudo o que você faz, tudo o que as outras pessoas  fazem perto de você, de repente tornam uma música pacífica, de repente NÓS SOMOS UM. É isso o que vocês querem? Pois eu lhe garanto isso tudo é tão bom. Por que é assim que eu quero estar quando botarem fogo em minhas esperanças, quando jogarem um balde d’água fria em meus sonhos, e passarem concreto pelos caminhos que eu ainda tenho a escolher.
Só me questiono por que é preciso certas coisas pra sentir tudo isso? E me respondo, porque estamos preocupados com dinheiro, com solidão, com contas pendentes... E tudo que deveríamos nos preocupar não deveria ser apenas nossa saúde?
Somos tão vibrados, com o luxo, com nossa aparência, que nos esquecemos de nossos santuários: nosso corpo, nossa mente, nossas experiências, nossa família, nossos amigos, nossa evolução.
E você olha esse incrível mundão á fora, e você só vê pessoas tristes, pessoas correndo, preocupadas com coisas tão fúteis, andando sem sentido para lugar nenhum. Porque todos não podem sentir o que estou sentindo? Não é tão difícil, é?
Deve ser tão difícil ser alguém que você não costuma ser, ser alguém que você nunca foi, ser o que você realmente deveria ser. É difícil por que as pessoas vivem criando armaduras e vestindo tantas máscaras, e na hora que precisam tirá-las, as elas já se esqueceram de como realmente deveriam ser, esqueceram como elas realmente são. É triste viver com uma geração tão acoplada com o dinheiro. Vocês devem estar pensando “mas sem dinheiro não se faz nada” talvez sim, mas talvez o que precisamos de verdade não está nas prateleiras de lojas, nem em bares, nem em bazares beneficentes. Para nos sustentar não precisamos do dinheiro, mas estamos tão acostumados com luxo, com a futilidade que fixamos na cabeça ser uma necessidade.
Nada é difícil desde que você realmente queira. Chega desse céu de superficialidades, vamos  admirar os mínimos detalhes, por que como disse logo acima, são eles que nos constrói.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Uma lâmpada apagada

Eu sei como é difícil crescer sozinho, crescer sem alguém que lhe apóie, que lhe incentive, que tenha orgulho de você quando conquistasse algo, e que lhe desse um abraço bem forte quando você fosse derrotado por qualquer coisa.
Dedicamos a vida toda a alguém que nos faça parecer especiais. Dedicando todas suas ações, todas suas conquistas a tal pessoa. Pra ela sempre dizer “você precisa melhorar”, bom,  isso é um incentivo de qualquer forma.
Procuramos nosso máximo pra deixar de viver nossas vidas e agradar a quem realmente nos é importante, a única pessoa que temos de verdade. As vezes chegamos até a tatuar o nome de alguém em nosso corpo, um nome que quando ouvimos ou lemos nos sentimos seguros, fortalecidos, protegidos.
Mas sempre chega a hora da fantasia chegar no fim, e então é lhe jogado na cara tudo o que você fez e faz de errado, sendo julgado de um jeito que você realmente não é, de um jeito que você realmente não merece, julgado pela unica pessoa que você tinha certeza nunca fazer isso com você, pela pessoa que você considerou sua vida inteira como um deus. E se esse ídolo fosse a única pessoa que você tinha? A mais próxima de seus segredos? A pessoa que vive em seu mesmo teto? A única que realmente te conhecia? Bom meu mundo, meus castelos, minhas fortalezas desabaram sobre mim, e o meu único desejo era ficar sob tudo aquilo e morrer soterrado pelas e com todas minha mágoas, tornando aquele único desejo, como o último desejo.
E no acordar do outro dia, você só quer poder acreditar que tudo aquilo não aconteceu, mas no fundo há uma gota de água que a cada segundo que você se dá conta que aquilo realmente aconteceu a gota aumenta, aumenta e como uma onda gigante ela te arrasta com suas tristezas.
E tudo isso acontece no seu momento mais vulnerável, e a quem você decorreria? Tem horas que precisamos de uma pessoa qualquer, apenas para botar tudo pra fora, uma pessoa que quando precisou de você, você virou as costas, como um tapa na cara. E a pessoa te acolher? É aí que você se desaba. Ser acolhido por uma pessoa que você julgou qualquer, e que você já lhe tenha virado as costas. Onde está minha fortaleza agora? Minhas cercas?
Um dia em que choramos como crianças são dias como esses, quando você vê, que viveu a vida inteira em uma ilusão. As vezes quando precisamos muito de um ombro acreditamos em qualquer coisa. Eu acreditei em uma pessoa que não existia através de alguém comum (por que eu precisava disso), alguém com defeitos e qualidades como nós. E hoje minha solidão é a mesma, e um buraco se abriu no peito, minhas confianças se despedaçaram e minha felicidade está como uma lâmpada se apagando em câmera lenta, aquela escuridão está tomando conta de tudo, me arrancando todas as esperanças. E sinceramente, eu não sei o que fazer.
E hoje aquele “deus” é apenas um conhecido, é apenas um companheiro de casa, um irmão qualquer. 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O sorriso dos derrotados

Sabe quando você fica no auge da felicidade?  Quando tudo fica tão bom pra você que só consegue se expressar por sorrisos, sorrisos que não se desfazem, ficam marcados no seu rosto como uma tatuagem?
É nessa hora que o peso na consciência me bate, e você tenta se concentrar em qualquer outra coisa, e sua consciência insiste em gritar em seus ouvidos “CULPADO”
O meu peso foi estar feliz. Estar feliz com um mundo tão perfeito tão cheio de beleza,  uma realidade que não precisamos lutar pra conquistar. Mas que as pessoas lutam para destruir, e para que? Por egoísmo, individualismo! E é horrível você se dar conta que faz parte dessas pessoas.
Admiramos tanto o mundo e ao mesmo tempo em que o destruímos.
Sinto tanta raiva por algumas pessoas, mas esse ódio todo que tenho no fundo é por mim mesmo, faço parte da geração da destruição. A destruição do nosso berço, de tudo que nos deu segurança, nos deu água, comida. Todo esse ódio é por tentar mudar e saber que não consigo mudar, não há mais tempo. Talvez nem para nossos filhos, netos. Não há mais tempo pro que passou! É ridículo fingir que está tudo bem.
 Eu me referi ao planeta, mas não quero passar só essa idéia, isso tudo, tudo que somos, somos com tudo e todos. Somos destruidores.
Não paramos pra pensar em tudo que está acontecendo, nos privamos demais aos “nossos” sofrimentos. Isso não é egoísmo? Saber que tudo está por um fio, e sorrir como se tudo estivesse bem? Somos os criadores de todas as ilusões por qual passamos.
 Na verdade somos apenas crianças querendo brincar. Quem daqui não daria tudo por sua inocência de volta? Viver em algum lugar que por enquanto só há em contos de fadas?
Queremos nossa inocência, queremos motivos bons para sorrir sem parar, motivos bons para rir, não quero estar sobre efeitos de drogas pra tudo isso. Não quero precisar de drogas pra viver em mundo bom, para viver em um paralelo em que tudo é bom. Quero isso aqui mesmo, quero isso para todo mundo. Queremos isso! 

Um passado inesquecível

Ontem me senti um pouco triste, no começo não sabia o porque. Agora eu sei! 
Descobri que não me adianta estar em lugares mais do que perfeitos, sentindo o vento bater em meu rosto, me livrando de algumas dores e deixando lá dentro algumas outras dores, bem dentro de mim, dores que ficam presas, protegidas por mim mesmo! Como se eu gostasse de sofrer ao ponto de lacrar em um cofre um sentimento que só eu sei, pra usufruir dele sozinho. Descobri que não me adianta estar rodeado por pessoas, imaginar e depois concluir sozinho que ninguém é meu amigo (eles talvez não sejam porque eu não deixo!).
E nesse decorrer de tempo nenhum deles tem ciência do motivo de meu sofrimento no momento, o pior foi derrubar disfarçado uma lágrima a cada vez que respondia “nada” quando eles perguntavam “o que você tem?”.
Ao acordar do dia seguinte, me senti tão besta, por estar tão sentimental no outro dia, até que ouvi uma música e me lembrei daquela noite, ou pior, uma música que me lembrou o núcleo do motivo de todo esse drama. E eu pensei “deve ser tão normal! Ter uma vida diferente da qual seus colegas pensam que tem.” É meio estranho você demonstrar sua espontaneidade, sua insolência, sua insanidade para todos que vivem momentos com você e receber elogios... daquilo que você é (ou melhor, parece ser!), por você viver a vida sem medo, viver nos limites da própria vida. E é mais estranho ainda, ser rodeado por pessoas que pensam saber muitas coisas sobre você, e você não ser todo completamente daquele jeito. 
E não saber como elas são? Ou não querer saber como elas realmente são? Talvez isso me torne menos humano do que vocês que estão lendo isso. Mas o ser humano é assim mesmo, nós magoamos as pessoas, e somos magoados por elas, como um ciclo vicioso.
Hoje eu quero um futuro pra poder esquecer o passado, não quero morrer sofrendo por algumas oportunidades que perdi por ser uma estúpida criança!
Viver de passado não é nada legal, viver de alguém feliz sem você é deprimente. Por isso que eu aconselho a vocês e a mim mesmo: Viva! Mas viva agarrando as oportunidades que passarem por você, descartando as que não te interessam e não se arrependendo daquilo que não fez!