domingo, 20 de março de 2011

A triste partida

A morte não é uma coisa fácil de ser superada. 
Não é fácil quando chega a hora de alguém partir e deixar tudo que construiu para trás, para ir para um lugar que tentamos acreditar saber, mas no fundo nós sabemos que não temos certeza.
Vivemos passando por pessoas maravilhosas, que nos mudaram com sua companhia, que nos fizeram crescer com suas opiniões, que nos trouxeram confiança, pessoas que se víssemos na rua não pensaríamos duas vezes para parar e conversar. Vivemos vendo nossos amigos, nossos pais, morrer e nos deixar para trás, vemos nossos quatro muros desmoronarem em nossa frente e não podemos fazer nada. A hora chega e quando menos esperamos nossos próximos estão longe de nós, longe para nos consolar, para nos auxiliar, para nos entender, e a cada dia depois de um dia desses, nós nos enlouquecemos por que é difícil aceitar que nunca mais veremos essas pessoas, nunca mais sentiremos o cheiro ou toque dessas pessoas, nunca mais ouviremos aquela voz que te confortava, que lhe fazia dormir e lhe fazia acordar.
Tudo seria tão fácil se as pessoas não morressem, mas é preciso, para outras nascerem.
Elas devem morrer para nos fazer crescer, para nos ensinar a nos virar sozinhos. Ou não.
O problema é quando você despreza uma pessoa pelo tanto que ela erra com você, por ela não te apoiar, não te dar carinho, e só vemos o quanto fomos duros com ela quando ela morre. E não dá mais tempo de você dar um abraço que você nunca deu nela, não dá tempo de questionar porque tudo foi daquele jeito, não dá mais tempo para pedir desculpas. E ao som de abrir a porta, você corre para ver se a pessoa chegou, e você olha para os lados e ouve o som triste do vento batendo em seus ouvidos, e a música dos pássaros dizendo que ela nunca chegará, dizendo que você está sozinho agora.
Vamos aproveitar a menor parte do tempo de nossas vidas, porque a maior parte estamos sofrendo. Viva, porque nem vamos perceber quando a nossa hora chegar.

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