sábado, 19 de fevereiro de 2011

Nosso minúsculo detalhe

Como é bom fugir por algumas horas do mundo real, fugir da violência, da falsidade, das conspirações. E entrar em um mundo em que tudo fica leve, volúvel e nada muito nítido, sentir graça de qualquer coisa, sorrir sem parar, questionar sobre teorias já feitas, e criar teorias sobre tudo, sentir um pequeno toque na sua pele, ouvir um mínimo som, saborear uma partícula de alguma coisa em sua boca que até então era insignificante. As luzes ficam tão nítidas, ficam tão chamativas, vemos os mínimos detalhes e percebemos que são eles que nos constrói.
Como é bom caminhar sem parar, sem um destino, e não cansar. Tudo fica tão perfeito nessa caminhada, a vontade de parar de repente foi extinta por você mesmo.
Como é bom sentir o sangue correndo em suas veias, levando cada substância para todos os lugares. Sentir cada célula trabalhando em seu corpo, sentir seu coração batendo,  um zumbido em seu ouvido, e tudo tão agradável... Tudo em sua volta, tudo o que você faz, tudo o que as outras pessoas  fazem perto de você, de repente tornam uma música pacífica, de repente NÓS SOMOS UM. É isso o que vocês querem? Pois eu lhe garanto isso tudo é tão bom. Por que é assim que eu quero estar quando botarem fogo em minhas esperanças, quando jogarem um balde d’água fria em meus sonhos, e passarem concreto pelos caminhos que eu ainda tenho a escolher.
Só me questiono por que é preciso certas coisas pra sentir tudo isso? E me respondo, porque estamos preocupados com dinheiro, com solidão, com contas pendentes... E tudo que deveríamos nos preocupar não deveria ser apenas nossa saúde?
Somos tão vibrados, com o luxo, com nossa aparência, que nos esquecemos de nossos santuários: nosso corpo, nossa mente, nossas experiências, nossa família, nossos amigos, nossa evolução.
E você olha esse incrível mundão á fora, e você só vê pessoas tristes, pessoas correndo, preocupadas com coisas tão fúteis, andando sem sentido para lugar nenhum. Porque todos não podem sentir o que estou sentindo? Não é tão difícil, é?
Deve ser tão difícil ser alguém que você não costuma ser, ser alguém que você nunca foi, ser o que você realmente deveria ser. É difícil por que as pessoas vivem criando armaduras e vestindo tantas máscaras, e na hora que precisam tirá-las, as elas já se esqueceram de como realmente deveriam ser, esqueceram como elas realmente são. É triste viver com uma geração tão acoplada com o dinheiro. Vocês devem estar pensando “mas sem dinheiro não se faz nada” talvez sim, mas talvez o que precisamos de verdade não está nas prateleiras de lojas, nem em bares, nem em bazares beneficentes. Para nos sustentar não precisamos do dinheiro, mas estamos tão acostumados com luxo, com a futilidade que fixamos na cabeça ser uma necessidade.
Nada é difícil desde que você realmente queira. Chega desse céu de superficialidades, vamos  admirar os mínimos detalhes, por que como disse logo acima, são eles que nos constrói.

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